sábado, 16 de abril de 2016

O Ramiro!

Daquilo que mais me lembro é do Ramiro dormir em cima de uma tábua, por causa das dores na coluna. Nunca cheguei a perceber se aquilo era malandrice para fugir à escala de serviço, ou se a coluna dele estava, de facto, em mau estado.
O que sei é que ele, depois de sair da Marinha, fartou-se de trabalhar, andou pela emigração e se não fosse a crise da construção civil que abalou Portugal inteiro, ainda hoje era capaz de estar a trabalhar. E com os 75 anos feitos ou quase, pois nasceu no primeiro semestre de 1941.
Quando o encontrei, há oito anos atrás, disse-me que tinha um tumor maligno na próstata e que o médico lhe tinha dado dois anos de vida, uma vez que não era possível ser operado. Daí para cá, cada vez que nos encontrávamos riamos-nos um pouco por causa dessa previsão falhada do médico. Duas ou três vezes por ano, eu telefonava-lhe para saber como iam as coisas evoluindo. Mal ligava o número do telemóvel dele começava a ouvir uma música que se me tornou familiar de tantas vezes a ouvir.
Por causa do convívio que estou a organizar em Vila Real, liguei-lhe ontem e hoje repeti a operação por duas ou três vezes e ... música de grilo! Aparece-me a voz da operadora da Vodafone a dizer que o número não está disponível. Só espero que a razão para tal não seja aquela que estou a pensar, ou seja, que finalmente o vaticínio do tal médico se tenha cumprido!

2 comentários:

  1. Vê se consegues que ele venha ao convívio, gostaria de falar com ele, pois o meu caso é o mesmo, já vai fazer dois anos de tratamentos e estou aqui para as curvas, estou convencido que não vou morrer disso, mas sim de problemas crónicos respiratórios, ou de outra merda qualquer, mas o cancro está quietinho ao meu mandado, dos fármacos e dos médicos! Hoje o cancro não significa morte, tenho amigos com o mesmo problema que andam há quinze anos em Coimbra a fazer tratamentos mensais tal como eu e eles andam lá e há um que vem de Trás-os-Montes na sua viatura há 16 anos, tem hoje 78 anos, o querer viver tem muita força, acreditem, acreditem, acreditem!.

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  2. Se ele estiver em condições, podes crer que lá estará!

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