Como já tive oportunidade de referir, em publicações anteriores, para identificar de forma mais simples as várias comissões que cada Companhia de Fuzileiros fez, ao longo dos anos que durou a Guerra Colonial, decidi acrescentar uma letra a seguir ao número da Companhia. Assim, a CF2A foi a que fez a primeira comissão, em Moçambique, entre 1962 e 1965.
E aquela de que vos vou falar hoje, a CF2C, foi também para Moçambique, em 1970, e por lá andou a amargar a vida, ou como se costuma também dizer, a comer o pão que o diabo amassou, durante dois anos, regressando à metrópole, em 1972.
Por diversas vezes me tinha já sentido inclinado a escrever qualquer coisinha sobre esta Companhia de Fuzileiros, por nela terem participado alguns camaradas meus conhecidos de outros carnavais. Em primeiro lugar, o Valdemar Alves, por alcunha "O Lisboa" que me foi apresentado pelo saudoso Cabo Radarista, Valdemar Rocha (que Deus tem), seu contemporâneo na Base Naval de Metangula, por altura de 1970/1971, e que desde então me tem acompanhado nestas lides internáuticas.
E depois do Valdemar, o Óscar Barradas, filho da minha escola e alentejano dos quatro costados que era fuzileiro especial, mas a partir de uma certa altura começaram a ser misturados nas Companhias sem qualquer distinção. O Eugénio Carrelo que não conheço pessoalmente, mas que é uma espécie de Capitão G3 da Escola de Setembro de 1962, o primeiro fuzileiro da incorporação. O Sargento Barreira, um carismático monitor da Escola de Fuzileiros que era tão antigo como ela, esteve lá desde a abertura, em 1961, e foi meu instrutor na recruta. Os sargentos Luís Vizinha, Alípio Cortez, Moisés Almeida e Simão Silva que foram meus camaradas na CF8A que também fez comissão em Moçambique, entre 1965 e 1968. E, por último, o Jorge Inês, algarvio de Olhão, o Ilídio Luís e o José Sequeira que se tornaram conhecidos de toda a classe de fuzileiros pela sua participação na Associação de fuzileiros do Barreiro.
Mas o rastilho que fez, de facto, espoletar esta publicação foi um comentário deixado no "velhinho e esquecido" blog da Companhia 2 pelo Mário Duarte (603/68), 1º Grumete Telegrafista que fazia parte da guarnição desta Companhia. Ele, cuja história não conheço, mas suspeito que abandonou a Marinha logo que terminou a comissão em Moçambique (ele nos acabará por contar num comentário que eu tenho a certeza que ele vai deixar aqui), ao fim de todos estes anos sentiu saudades dos velhos camaradas e procura a sua convivência. Estabeleceu contacto comigo e enviou-me uma série de fotografias, das quais escolhi algumas que deixo aqui abaixo, na esperança de ver se aparece alguém que se lembre da sua cara. Da dele ou dos outros camaradas que também aparecem nas imagens. Ora vejam:
Vista aérea da Base, já bastante diferente da que eu conheci
no princípio da guerra.
Comemoração do 20º aniversário, no Cobué
Em serviço de patrulha
Em serviço no posto de rádio
Em progressão no terreno.
Quem não se lembra deste terreno nas matas do Niassa?
O Rancho da Porca, lugar só para alguns priviligiados.
Meponda, 1970, primeiro contacto com o grande lago
de água doce, o Niassa.
Os craques (alguns) da bola da CF2