quinta-feira, 29 de junho de 2017

Uma questão de popularidade!

O Facebook veio tirar uma grande parte da importância dos blogs. Aquilo é uma espécie de fast-food que não requer grandes conhecimentos de culinária, mastiga-se, engole-se e uns momentos depois está esquecido. Ora isso não chega para se ter um blog que represente qualquer coisa na vida de quem o gere e de quem o lê também.
Vem isto a propósito da minha última publicação que recolheu apenas um comentário do Eduardo, meu mais fiel seguidor, e do Mário Duarte, aquele que me enviou as fotografias e era, portanto, parte interessada na coisa. Embora eu tenha enviado o link por e.mail a vários amigos e membros da CF2, nem assim o fiz sair do buraco e dar um alô ao velho camarada que apareceu na net para os cumprimentar e matar saudades dos tempos que passaram juntos.
Pelo contrário, no Facebook, basta lançar um pequeno isco e os peixes começam logo a picar. Há dias publiquei um pequeno recorte que falava em «Lanchas do Niassa» e foi o suficiente para justificar um monte de comentários e discussões.


Nessa altura, publiquei uma foto minha, tirada em 1964, com meia dúzia de camaradas meus da CF2 a bordo da MINA, uma baleeira que era a embarcação de serviço colocada em Metangula pela Capitania do Porto de Lourenço Marques. Era tudo o que tínhamos em termos de meios navais, a CASTOR que era uma LFP (Lancha de Fiscalização pequena) e a MINA que era uma baleeira igual aquelas que existem nos navios de guerra como meio de salvamento, mas com motor de veio central.
E publico-a de novo aqui para ver o que acontece!

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Outra CF2!

Como já tive oportunidade de referir, em publicações anteriores, para identificar de forma mais simples as várias comissões que cada Companhia de Fuzileiros fez, ao longo dos anos que durou a Guerra Colonial, decidi acrescentar uma letra a seguir ao número da Companhia. Assim, a CF2A foi a que fez a primeira comissão, em Moçambique, entre 1962 e 1965.
E aquela de que vos vou falar hoje, a CF2C, foi também para Moçambique, em 1970, e por lá andou a amargar a vida, ou como se costuma também dizer, a comer o pão que o diabo amassou, durante dois anos, regressando à metrópole, em 1972.
Por diversas vezes me tinha já sentido inclinado a escrever qualquer coisinha sobre esta Companhia de Fuzileiros, por nela terem participado alguns camaradas meus conhecidos de outros carnavais. Em primeiro lugar, o Valdemar Alves, por alcunha "O Lisboa" que me foi apresentado pelo saudoso Cabo Radarista, Valdemar Rocha (que Deus tem), seu contemporâneo na Base Naval de Metangula, por altura de 1970/1971, e que desde então me tem acompanhado nestas lides internáuticas.
E depois do Valdemar, o Óscar Barradas, filho da minha escola e alentejano dos quatro costados que era fuzileiro especial, mas a partir de uma certa altura começaram a ser misturados nas Companhias sem qualquer distinção. O Eugénio Carrelo que não conheço pessoalmente, mas que é uma espécie de Capitão G3 da Escola de Setembro de 1962, o primeiro fuzileiro da incorporação. O Sargento Barreira, um carismático monitor da Escola de Fuzileiros que era tão antigo como ela, esteve lá desde a abertura, em 1961, e foi meu instrutor na recruta. Os sargentos Luís Vizinha, Alípio Cortez, Moisés Almeida e Simão Silva que foram meus camaradas na CF8A que também fez comissão em Moçambique, entre 1965 e 1968. E, por último, o Jorge Inês, algarvio de Olhão, o Ilídio Luís e o José Sequeira que se tornaram conhecidos de toda a classe de fuzileiros pela sua participação na Associação de fuzileiros do Barreiro.
Mas o rastilho que fez, de facto, espoletar esta publicação foi um comentário deixado no "velhinho e esquecido" blog da Companhia 2 pelo Mário Duarte (603/68), 1º Grumete Telegrafista que fazia parte da guarnição desta Companhia. Ele, cuja história não conheço, mas suspeito que abandonou a Marinha logo que terminou a comissão em Moçambique (ele nos acabará por contar num comentário que eu tenho a certeza que ele vai deixar aqui), ao fim de todos estes anos sentiu saudades dos velhos camaradas e procura a sua convivência. Estabeleceu contacto comigo e enviou-me uma série de fotografias, das quais escolhi algumas que deixo aqui abaixo, na esperança de ver se aparece alguém que se lembre da sua cara. Da dele ou dos outros camaradas que também aparecem nas imagens. Ora vejam:

Vista aérea da Base, já bastante diferente da que eu conheci
no princípio da guerra.

Comemoração do 20º aniversário, no Cobué

Em serviço de patrulha

Em serviço no posto de rádio

Em progressão no terreno.
Quem não se lembra deste terreno nas matas do Niassa?

O Rancho da Porca, lugar só para alguns priviligiados.

Meponda, 1970, primeiro contacto com o grande lago
de água doce, o Niassa.

Os craques (alguns) da bola da CF2