sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Moçambique, os Fuzileiros e eu!

 


Este ano de 2021 ainda aqui não escrevi nada, de modo que é altura de o fazer para dar um sinal de que ainda não foi abandonado. Como se dizia no tempo da Guerra do Ultramar, um fuzileiro nunca deixa para trás um camarada ferido ou morto pelo inimigo. Por conseguinte, eu também não quero abandonar este blog, enquanto me restarem forças para o carregar comigo.

A lista que vêem acima menciona todas as Companhias de Fuzileiros que operaram em Moçambique. Encontrei-a num livro escrito em inglês e recortei-a, porque me interessam as datas de início e fim de comissão de cada uma delas. Eu fiz parte da CF2 e CF8 e confirmo que as datas estão correctas, muito embora a CF2 tenha ido de avião e a data mencionada se refira ao último pelotão apenas, pois o primeiro pelotão foi enviado um mês mais cedo (aproximadamente).

Na primeira comissão, fui destacado para o Niassa, de Setembro de 64 a Janeiro de 65 - quatro meses bem contados . em que tive o meu baptismo de fogo. Na segunda comissão passei metade do tempo no sul (Radionaval da Machava) e outra metade no Niassa, participando em várias operações como guarda-costas dos Destacamentos envolvidos em operações no mato. No conjunto das duas Companhias tivemos apenas um ferido ligeiro que apanhou com um estilhaço de uma mina

Foram quase cinco anos de Moçambique, na maior parte do tempo nada teve a ver com guerra, o que para um jovem entre os 18 e 24 anos é uma espécie de férias num país tropical para lembrar até morrer.