quarta-feira, 12 de julho de 2017

Olha o Faísca!


Não me lembro de ter tirado esta fotografia com o Zé António Faísca, nem sei onde foi tirada, mas com um embondeiro deste tamanho só pode ter sido em Moçambique e talvez no Niassa. Era um bom amigo, mas mora tão longe que não há hipótese de o visitar. Eu não vou ao Algarve, ele não vem ao Minho, limitamos-nos a viver de recordações. E já não é mau!

segunda-feira, 10 de julho de 2017

A riqueza dos nomes!

Joaquim Gomes, assim se chama o marinheiro manobra que foi comigo para Moçambique na CF2. Aliás, devo dizer que a minha Companhia era uma coisa muito a sério, pois tinha um manobra que era mesmo manobra, um carpinteiro que era mesmo carpinteiro, um telegrafista que também o era, e dos antigos, tinha artilheiros para as armas pesadas e das ligeiras tratavam os fuzileiros.
Na imagem aqui ao lado vêmo-lo ao lado de um dos seus filhos no convívio do Paião, em 2009. Se não me engano, depois disso nunca mais compareceu a nenhum dos nossos convívios. Parece que tinha sido operado à próstata, há pouco tempo, e não tinha grande confiança na sua bexiga.
Se percebi bem a conversa que tive com o seu filho, ele está internado num lar que funciona nas instalações do antigo hospital do Barreiro e a sua saúde física, para quem fez 90 anos em Janeiro, pode dizer-se normal. Já o mesmo não se pode dizer da mental, pois uma certa dose de demência senil começa a afectar-lhe a memória.
Lembrei-me de incluir aqui esta informação sobre o nosso velho camarada, mas não era disso que vos queria falar. Como na minha publicação de hoje, no «Número de Matrícula» abordei a questão dos nomes, isso fez-me lembrar de um outro camarada (que também anda a contas com a próstata) que se queixava de não ter tido direito a qualquer apelido. O seu bilhete de identidade rezava apenas, Manuel Joaquim, e isso deixava-o um tanto ou quanto diminuído perante os outros. Sou o mais pobre de toda a Companhia, costumava ele dizer.
E quanto a nomes havia ainda dois casos que chamavam a atenção pela sua singularidade. Eram dois marinheiros artilheiros, filhos da mesma escola, que tinham três nomes próprios e com a particularidade de num dos casos um ser feminino. Francisco Matilde Emídio se chamava um e Manuel António Lúcio se chamava o outro.
Este costume, muito português, dos dois nomes próprios vem dos tempos da Idade Média em que não havia apelidos e os filhos apunham ao seu nome próprio o nome do pai que funcionava como apelido. Não sei se é o caso, mas pegando no exemplo do meu camarada referido acima, Manuel seria o seu nome de baptismo e Joaquim o nome do seu pai.
Este tipo de raciocínio poderia levar-me a concluir que o Francisco, meu camarada artilheiro, além de acrescentar o nome do pai, deve ter acrescentado também o nome da mãe que, neste caso, se chamaria Matilde. Hei-de perguntar-lhe quando voltar a falar com ele.

sábado, 8 de julho de 2017

Mais uma CF2 !

Já que trouxe aqui, há alguns dias atrás, a CF2C por causa do Mário Duarte Santos, alentejano de Odemira, lembrei-me de trazer aqui também a CF2B que fez comissão em Moçambique entre 1967 e 1969.
Várias coisas me motivaram a fazê-lo. Uma delas é o nome Belo que é comum a um camarada da CF8, António Lemos Lopes Belo, infelizmente já falecido, e ao António Júlio Cepinha Belo (no livro dos fuzileiros aparece como Espinha), por alcunha «O Montijo» desta CF2 aqui em causa.
Uma segunda coisa é a história do Jorge Inês (848/64) que repetiu a comissão na CF2C que se seguiu a esta e que um dia, já muito distante entrou em contacto comigo por ter lido algumas das publicações minhas no blog da CF2 (antigo) e me contou que morava ao pé da estação, em Olhão, e marcámos um encontro para quando eu fosse ao Algarve, coisa que nunca aconteceu.
E, como não há duas sem três, os filhos da minha escola, alguns com alcunhas caricatas, como o Presunto e o Toucinho, o Chamusca, o Vitorino e o Bráulio, entre outros. E ainda o Sargento Estríbio, um dos instrutores da Escola de Fuzileiros do tempo da minha recruta.
E depois há ainda  a história das fotos que vão sendo publicadas no Facebook e que nos fazem recordar certas memórias. As colunas entre Meponda e o Catur e as "camionetas" da Marinha que garantiam o abastecimento do nosso paiol de géneros, sem esquecer os seus condutores. Ora vejam:


O, acima referido, António Belo (à esquerda).
Foto retirada da sua conta no Facebook.


E aqui a mesma camioneta, onde aparece o Tony,
por alcunha «O Conquistador» (à direita) e que,
infelizmente também já não está entre nós.

Como vêem há sempre algo que nos liga, a começar pelo guião da Companhia que nos acompanhou a todos na viagem de ida e volta a Moçambique.

quarta-feira, 5 de julho de 2017

O velho «Manobra»!

Ele já era velho quando o conheci, em 1962. Imaginem como estará hoje, ao fim de mais 55 anos de vida. Imagino que já terá passado dos 90, mas a idade dele, ao certo, não sei. Pelo seu número de matrícula - 1995.48 - deve ter nascido em 1927, ou seja, atinge os 90 neste ano de 2017.
Peço perdão, se tivesse olhado com mais atenção veria a data de nascimento do nosso velho camarada que consta no registo abaixo, 31-01-1927, o que significa que fez 90 anos no passado mês de Janeiro.


Há muito que não tenho notícias dele. Bem pedi ajuda aos camaradas que moram na margem sul do Tejo, mas sem resultado. O Moisés enviou-me, há dias, uma lista de todo o pessoal de Marinha e nela descobri que no dia 31 de Dezembro do ano passado, o velho «marinheiro manobra» ainda pertencia ao mundo dos vivos.
Ainda hei-de acabar por descobrir onde trabalha o filho dele que é sargento- enfermeiro reformado e mora no Barreiro. Será ele a responder às minhas perguntas.