terça-feira, 6 de abril de 2021

Escapaste de boa, Mário!

 


De repente tocou o meu telemóvel. Atendi. Era o Mário. Há anos que não falava com ele e estava longe de esperar por essa chamada. Há coisas assim que nos caiem em cima, quando menos esperamos. Por sorte não eram más notícias.

O Mário é um filho da minha escola que esteve comigo na CF2 e fez apenas essa comissão, abandonando a Marinha, depois disso. Como a comissão foi feita em Moçambique e ele gostou, voltou para lá como civil. A vida não lhe correu tão bem como esperava e acabou por voltar e organizar a vida dele aqui, em Portugal.

Profissionalmente, foi bem sucedido, montou uma empresa ligada ao negócio da oftalmologia que foi de vento em popa e lhe garantiu uma vida razoável. Já no que toca à saúde, as coisas não correram tão bem, uma série de maleitas o perseguiram e os últimos anos têm sido um pesadelo. Ainda por cima, a vida familiar foi outro pesadelo, com divórcio e tudo pelo meio. Felizmente, ele tem um filho - que dá pelo mesmo nome - que o tem acompanhado sempre e para todo o lado

Há quase 10 anos que deixei de fazer o convívio anual da nossa Companhia que era a ocasião em que nos juntávamos uma vez por ano. O último foi na terra dele e sei que esteve presente, depois disso só nos temos falado pelo telefone. Hoje ligou-me para contar que, há cerca de um ano, contraiu uma pneumonia que depois degenerou numa embolia pulmonar, tudo coisas de grande gravidade, e que no fim do ano passado acabou na Covid-19. Coisa suficiente para mandar qualquer um para o outro mundo, mas ele conseguiu resistir e, sentindo-se muito melhor, telefonou-me para me informar que não chegou ainda a hora de o abater ao activo da nossa Companhia de Fuzileiros.

E logo no dia em que foi publicado que os COMBATENTES vão ficar isentos de taxas moderadoras em consultas e exames auxiliares de diagnóstico. Ainda vou aproveitar-me de alguns, disse ele!

Sem comentários:

Enviar um comentário

Sem o vosso comentário o blog não tem qualquer valor