quinta-feira, 15 de abril de 2021

A primeira Companhia de Fuzileiros, em Moçambique!

 Em Março de 1961, começou a Guerra Colonial, em Angola. Em Setembro do mesmo ano, abriu a Escola de Fuzileiros, em Vale de Zebro. A ideia era fabricar fuzileiros à pressa para enviar para África e ajudar na defesa das nossas colónias. Os primeiros cursos de fuzileiros foram preenchidos com gente de outras classes, uma vez que os primeiros fuzileiros a sair da Escola de Vale de Zebro só ficariam prontos mais tarde. E os graduados dos primeiros DFE's e Companhias, por vezes, nem fuzileiros eram.

Assim aconteceu na CF2 que seguiu para Moçambique, em Outubro de 1962, em que os grumetes eram todos (ou quase) fuzileiros e o resto eram concorrentes ou seguiram mesmo na classe a que pertenciam. Os oficiais eram e de Marinha e mais 5 da Reserva Naval. Ao nível de Marinheiros, Cabos e Sargentos, havia de tudo, com uma maioria de artilheiros, com a responsabilidade das armas pesadas (metralhadoras, morteiro e bazuca), telegrafistas, sinaleiros, escriturários, manobras e carpinteiros.


Os artilheiros, por privarem mais de perto com os fuzileiros e os acompanharem nas missões a que eram obrigados, foram os escolhidos por mim para dar corpo a esta publicação.

O mais antigo de todos era o Bernardino (que podem ver na foto ao lado) que era ainda Marinheiro, mas tal como o Lúcio e o Emídio, já aguardavam a promoção a Cabo que acabou por chegar a meio da comissão.

Depois deles, havia dois 1º Grumetes que só aguardavam a promoção a Marinheiros e outros dois, mais modernos que ainda não tinham o 1º Grau e assim ficaram até ao fim da comissão que durou uns longos 30 meses.

Dos 3 mais antigos só o Lúcio é ainda vivo. O Bernardino morreu há muitos anos e o Emídio pouco antes de começar esta maldição da Covid-19. Todos os outros, tanto quanto me é dado saber, estão todos vivos. O Mourão em Coimbra, o Pereira na Cova da Piedade e o Clímaco em Peniche. Este último foi o único que provou as agruras da guerra, esteve comigo destacado no norte de Moçambique, zona do Niassa, e calcorreou muitos quilómetros de MG42 ao ombro, em perseguição dos turras da Frelimo. Felizmente, escapámos ilesos dessa aventura.


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