Com esta publicação e talvez mais duas terei no blog as caras de todo o pessoal da minha Companhia. Pode não parecer muito importante, mas para quem quiser reconstituir as suas memórias em relação a esses 30 meses passados em Moçambique é "quase" o único meio. Ao olhar para estas fotos haverá coisas que nos saltarão à memória de repente e sem ser necessária outra ajuda. E para quem gosta de preservar as suas memórias isso é importante.
Nesta mensagem começo com dois grumetes voluntários, ambos filhos da minha escola, já falecidos há muitos anos. O primeiro deles é o Telmo, rapaz oriundo de Bragança que era a alegria da nossa caserna pela maneira como falava e pelas saídas com que nos brindava a todo o momento. Aliás, aproveito para aqui recordar os outros 3 camaradas que com o Temo ocupavam as primeiras 4 tarimbas, à entrada da porta, na caserna do lado norte, o Paixão (16395), o Alturas (16421) e o Arménio (16443), cada um deles com uma história mais interessante que a outra.
Mas voltando à história do Telmo, ele voltou para Bragança de pois de passar à disponibilidade e meteu-se no negócio dos transportes. Não sei como as coisas terão sido no princípio, mas no fim da sua vida as coisas iam de vento em popa. À sociedade com um amigo, ele abriu um negócio de pneus que além de lhe proporcionar uma melhoria do nível de vida lhe trouxe, por acréscimo, a certidão de óbito. Um dia, ao desmontar um pneu de um tractor, este explodiu-lhe na cara e um pedaço da jante que se partiu rebentou-lhe com o crânio. Triste fim teve o Telmo, quando a vida começava a sorrir-lhe.
O Agostinho Seco era um dos 3 Agostinhos que me acompanharam na minha passagem pela Marinha. O seu nome de família «Seco» ligava-se de uma maneira especial a outro Agostinho que usava o nome de «Verde» que por sua vez tinha uma ligação ainda mais especial com um terceiro Agostinho que orgulhosamente ostentava o apelido de «Maduro». Coisas para vos contar num capítulo à parte, por não caberem no âmbito desta mensagem.
O Agostinho Seco (16485) ocupava uma tarimba ao lado do Filipe (16491), na Caserna dos Voluntários da Escola de Fuzileiros e espero que ele se lembre dele quando ler esta mensagem. Eles e eu fazíamos parte do famosíssimo «Pelotão do Bicho», o melhor da nossa recruta.
Se bem me lembro ele era natural do Paião, Figueira da Foz, mas depois de sair da Marinha ficou por Lisboa a trabalhar na indústria hoteleira. Por aquilo que me contou o Loureiro, também ele membro da CF2 e filho da terra do Agostinho, ele morreu vitimado por uma doença hereditária que já tinha vitimado outros irmãos, por volta dos 50 anos de idade.
O nosso segundo convívio, em 2009, foi realizado na sua terra natal e representou também a primeira participação do Loureiro que durante o evento me pôs a par destas coisas que eu desconhecia.
Obrigado Amigo pela tua tarefa a relembrar a malta e o passado.Numca me saio do pensamento o 16485 e o 16496, eu estava ao meio dos dois .Um dia nao me lembro porquê afinei com o 485 e Ele chamou-me o que eu nunca tolerei (filho de puta);minha mae faleceu tinha eu 3 anos e Ela 23.Acontsse que nunca mais dirigi a palavra ao Agostinho.Se é Que Deus exixte ele deve de ter encontrado minha Mae e Ela lhe perduo-o,o que eu nunca farei.Um abraço e se um dia nos encontrar-mos aqui ou chez S.Pierre,falaremos.
ResponderEliminar16491
O Agostinho Seco, ocupava a tarimba de baixo ao lado da minha ca CF2e e tínhamos um bom relacionamento- Ouvia Km de música no seu gravador de bobines.
ResponderEliminarDepois de sairmos da Marinha encontrei-o uns anos mais tarde no Rossio em Lisboa, deu-me um cartão do Restaurante onde trabalhava na zona da Amadora, mas nuca calhou encontrar-nos.