Vou aproveitar a embalagem para publicar mais três fotografias que completam a lista de graduados da CF2. Tudo isto dá trabalho, procurar, conferir, tentar não falhar nem repetir nenhum dos camaradas e enquanto a memória está fresca há que aproveitar.
Por ordem de antiguidade, o próximo é o Rodrigues. Como pertencíamos a pelotões diferentes, ele do 1º e eu do 2º, nunca fizemos serviço juntos, não foi comigo para Metangula e também não fazíamos companhia um ao outro quando saíamos de licença para a cidade. A coisa mais curiosa que conheço a seu respeito é o facto de ele e outros dois camaradas fuzileiros terem casado com 3 irmãs e terem ido viver para a freguesia de Santar, na Beira Alta, depois de terem passado à disponibilidade. Ali veio a falecer alguns anos mais tarde e ali está sepultado. Por curiosidade, para aqueles que os conhecem, refiro aqui o nome dos dois camaradas e cunhados do Rodrigues. O primeiro é o Manuel Matias, casualmente o meu chefe de secção no 2º Pelotão da CF2, e o Olegário que é fuzileiro especial e fez a primeira comissão no 1º DFE4, em Angola.
Quem passar por Santar, pitoresca e histórica aldeia de Portugal, pode fazer uma paragem e fazer uma visita a estes dois grandes fuzileiros que ali vão gozando as suas reformas e saboreando umas boas garrafas do Dão (acredito eu).
Depois do Cabo Rodrigues segue-se o Marinheiro Clarim Daniel. Que posso dizer a seu respeito? Que era o «Bombo da Festa» da Companhia, por causa da sua dependência do álcool, é o mínimo que posso dizer. Não sei se era casado ou solteiro, mas no Infulene arranjou uma "preta" e para lá corria a toda a hora. Como ela tinha palhota nas proximidades da cantina "Bouissa Male", era certo e sabido que não ia a um lado sem ir ao outro. De manhã, quando agarrava o clarim para tocar a Alvorada, era raro sair alguma coisa de jeito. Mas já estava todo o mundo habituado e ninguém lhe criava problemas por isso. As habituais brincadeiras de lhe esconder o instrumento, ou atafulhar o bocal com uma mão cheia de desperdícios não o irritavam muito. Ia até à cantina, bebia mais uma Laurentina e seguia feliz da vida.
Na hora de regressarmos a Lisboa ele não queria ir connosco, mas não me lembro se acabou por ficar com a CF6 do Patrício, se ficou no Comando Naval ou se veio até Lisboa. O que sei é que quando lá cheguei com a CF8 ele passou a ser o nosso Clarim e fez a comissão toda connosco, indo para o Niassa e tudo o resto. E iria jurar que lá ficou, não sei se como civil ou militar, quando nos viemos embora, em 1968.
E o último deste lote é o Bernardino. Era Artilheiro e fazia equipa com o Emídio e o Lúcio, sendo eles os três, auxiliados por três 1º Grumetes, os responsáveis pelas armas pesadas, metralhadoras, morteiros e bazucas.
Também não convivi muito com ele durante a comissão e como não era do meu pelotão, não fazíamos serviço juntos. Quando estourou a bronca no norte, eu fui e ele ficou em Lourenço Marques. E assim terminou a nossa comissão sem grandes contactos.
Quando comecei à procura do pessoal, em 2008, disseram-me logo para não o procurar, pois tinha já falecido há muito tempo. Isso fez com que não tivesse sequer descoberto de que terra era oriundo e onde foi sepultado, coisa que tentei sempre saber em relação a todos os camaradas. Hei-de perguntar ao Emídio, pois sendo filhos da mesma escola ele deve saber.
Últimos graduados!
ResponderEliminarDa lista organizada
Fuzileiros embarcados
Viajaram na Fragata...