Além dos indígenas e do Daniel (Marinheiro Clarim), temos nesta foto 3 amigos de Peniche. Começando pelo Fragata (à direita), são tão raras as fotografias onde ele aparece que tenho que lhe dar o realce que esse facto justifica. Anda desaparecido lá pela costa oeste do Canadá e nada sei dele desde há 4 anos.
Ao seu lado o Clímaco Pereira (Grumete Artilheiro) que no nosso primeiro convívio me confessou estar espantado com as memórias que eu tinha dele e das histórias com ele vividas. Aquela do Tavares Costa lhe apontar a pistola Walter à cabeça e dizer, "ou vais ou morres aqui", foi a que mais o impressionou. Ele nem sonhava que haveria alguém que se lembrasse de tal coisa.
E o último, o Alturas, que é filho da minha escola, vizinho de tarimba durante a recruta (temos números de matrícula sucessivos) e oriundo da Lourinhã, facto que motivou milhentas ocasiões cómicas durante a comissão.
Nem na brincadeira se deve apontar uma pistola à cabeço dum companheiro de armas. Mesmo sabendo que ela pistola não estava carregada. São coisas do diabo que mesmo sem balas podem disparar...Era a juventude que falava mais alto. Muitas das vezes nem tão pouco pensava o que de mal poderia acontecer. Um soldado do meu pelotão apontou a FN e disparou uma rajada matou um cabo, de seguida apontou para um soldado disparou novamente outra rajada, continuando a matança, apontou para o último sobrevivente, de quatro elementos com ele incluído que faziam serviço de 24 horas ao velho aeroporto de Vila Cabral, tendo disparado outra rajada, cujas balas lhe passaram a poucos centímetros da cabeça. As duas vítimas mortais, estavam deitadas a dormir, nem terão sentido a morte.O sobrevivente, esse estava também deitado, mas acordado, teve sorte naquela trágica noite, mas não teve sorte um ano depois a 31 de Maio de 1965, em Nova Coimbra, uma bala disparada da sua própria arma, mas não por ele, lhe atravessou o coração, tendo sido socorrido de imediato para a Base Naval dos Fuzileiros, em Metangula, onde chegou sem vida. Voltando ao aeroporto, o assassino pensando talvez ter conseguido os seus intentos, terá seguido para o novo aeroporto ainda em construção, onde no dia seguinte foi encontrado sem vida. Ele próprio, com a arma do crime, pôs fim à sua vida com uma rajada que lhe separou a cabeço do tronco. O motivo por que o fez nunca se chegou saber
ResponderEliminarA história aqui do amigo Eduardo dá que pensar.
ResponderEliminarNão estou a inventar!
ResponderEliminaruma história verdadeira
Foi verdade amigo Valdemar
não foi não brincadeira!
Eu que tive sorte,
estou aqui a relatar
não tropecei na morte
a meu lado o vi tombar!
No aeroporto noite trágica,
em Nova Coimbra, tarde cinzenta
com uma arma automática
morte rápida, não lenta!
O destino assim o quisera,
de quem partiu e não voltou
como todos destruidora guerra
tantas vidas inocentes ceifou!
Sorriram os culpados,
muitas mães choraram
pelos heróicos soldados
que lá longe morreram!