Joaquim Gomes, assim se chama o marinheiro manobra que foi comigo para Moçambique na CF2. Aliás, devo dizer que a minha Companhia era uma coisa muito a sério, pois tinha um manobra que era mesmo manobra, um carpinteiro que era mesmo carpinteiro, um telegrafista que também o era, e dos antigos, tinha artilheiros para as armas pesadas e das ligeiras tratavam os fuzileiros.
Na imagem aqui ao lado vêmo-lo ao lado de um dos seus filhos no convívio do Paião, em 2009. Se não me engano, depois disso nunca mais compareceu a nenhum dos nossos convívios. Parece que tinha sido operado à próstata, há pouco tempo, e não tinha grande confiança na sua bexiga.
Se percebi bem a conversa que tive com o seu filho, ele está internado num lar que funciona nas instalações do antigo hospital do Barreiro e a sua saúde física, para quem fez 90 anos em Janeiro, pode dizer-se normal. Já o mesmo não se pode dizer da mental, pois uma certa dose de demência senil começa a afectar-lhe a memória.
Lembrei-me de incluir aqui esta informação sobre o nosso velho camarada, mas não era disso que vos queria falar. Como na minha publicação de hoje, no «Número de Matrícula» abordei a questão dos nomes, isso fez-me lembrar de um outro camarada (que também anda a contas com a próstata) que se queixava de não ter tido direito a qualquer apelido. O seu bilhete de identidade rezava apenas, Manuel Joaquim, e isso deixava-o um tanto ou quanto diminuído perante os outros. Sou o mais pobre de toda a Companhia, costumava ele dizer.
E quanto a nomes havia ainda dois casos que chamavam a atenção pela sua singularidade. Eram dois marinheiros artilheiros, filhos da mesma escola, que tinham três nomes próprios e com a particularidade de num dos casos um ser feminino. Francisco Matilde Emídio se chamava um e Manuel António Lúcio se chamava o outro.
Este costume, muito português, dos dois nomes próprios vem dos tempos da Idade Média em que não havia apelidos e os filhos apunham ao seu nome próprio o nome do pai que funcionava como apelido. Não sei se é o caso, mas pegando no exemplo do meu camarada referido acima, Manuel seria o seu nome de baptismo e Joaquim o nome do seu pai.
Este tipo de raciocínio poderia levar-me a concluir que o Francisco, meu camarada artilheiro, além de acrescentar o nome do pai, deve ter acrescentado também o nome da mãe que, neste caso, se chamaria Matilde. Hei-de perguntar-lhe quando voltar a falar com ele.
Já que o texto se refere a nomes!
ResponderEliminarDos nomes dos meus ascendentes vou falar;
o pai do meu pai - Joaquim Nunes,
a mãe do meu pai - Custódia Maria,
o pai da minha mãe - Joaquim Miguel,
a mãe da minha mãe - Gertrudes Maria,
O meu pai - Francisco Nunes,
a minha mãe - Inácia Maria.
Filhos; 2 machos e 3 fêmeas,
A mais velha já (falecida) - Alcinda Maria Nunes,
seguir - Arminda Maria Nunes,
depois a mais nova - Maria Alice Maria Nunes,
Eu Eduardo Maria Nunes,
por último o meu irmão - Joaquim Maria Nunes.
Os padrinhos dum, foram padrinhos de todos!
Quando casei lá em Angola, pela igreja foi-me exigido uma certidão de baptismo, acontece que lá na igreja onde dizem que fui baptizado nada constava. Como a moça queria casar pela igreja, tive que ser baptizado lá. E lá fui falar com o senhor padre Damião, um preto, boa pessoa que me baptizou. Convidei o senhor Horácio e sua esposa senhora dona Odete, para meus padrinhos de baptismo e casamento, com uma só cajadada matei dois coelhos!
No mail que te enviei disse mãe, mas deveria ter dito tia, irmã do teu pai.
EliminarEste post lembra-me o Cobué... um lugar pequeno onde um havia um artilheiro para manobrar uma metralhadora pesada numa janela que dava para o campo de futebol, um gajo da PIDE que passava o tempo agarrado a latas da 2M, e até uma portuguesa, a mulher do... do, ora deixa cá ver... do governador, não era?!
ResponderEliminar