domingo, 7 de dezembro de 2014

O caminho da Frelimo!


Coincidência ou talvez não, todas as operações que fiz nos tempos da CF8 foram nos territórios a sul de Metangula, enquanto que nos tempos da CF2 foram todas a norte, inclusivamente penetrando para lá da fronteira do velho Tanganika.
A ponte que se vê na imagem é, na actualidade, um dos postos de fronteira mais utilizados entre Moçambique e a Tanzânia, nas proximidades de Olivença, povoação que supostamente a minha secção, comandada pelo Tenente Tavares Costa, deveria livrar de um cerco que a Frelimo levava a cabo há mais de 24 horas, nos primeiros dias da Guerra de Libertação.
Dos campos de treino até à zona de Lichinga e todo o Niassa interior era este o caminho de penetração dos chamados «Turras». Marrupa, Mavago ou Mecula, assim como outras localidades na mesma zona receberam batalhões de soldados portugueses de todas as especialidades para tentar controlar essa linha de penetração do inimigo, durante os anos que durou a guerra.
Felizmente a mim calhou uma missão mais fácil de aguentar e vim-me embora muito antes de a guerra entrar na fase mais complicada. Ficou apenas aquela operação de socorro (que acabaria por ser um autêntico fracasso) como única recordação da guerra na fronteira norte de Moçambique.

4 comentários:

  1. Olivença fui uma vez de avião, lançar para o chão, géneros alimentícios para um pelotão da Companhia de Caçadores 612, lá acantonado. Porque a pista não tinha espaço suficiente para o avião poder aterrar em segurança. Meses depois com saída do Cobué fui lá numa coluna militar organizada pelo Batalhão de Caçadores 598, ao qual eu pertencia. A maioria das pontes cuja construção era em madeira para atravessar os rios e não eram poucos tinham sido queimadas. Para lá conseguirmos chegar tivemos que construir rampas junto das mesmas e com os unimogs, equipados de guincho passá-los para a outra margem e puxar as restantes viaturas. E sabem o que que eu digo, foi uma grande trabalheira, mas valeu a pena, regressamos todos são e salvo ao Cobué!

    ResponderEliminar
  2. Dizes tu, dizia eu, diziam todos!
    Vários batalhões de soldados para controlar as infiltrações do inimigo!
    Mas na realidade o inimigo éramos nós, aquilo era o país deles, terrenos deles, invadidos por nós.

    ResponderEliminar
  3. António, nós não era-mos os turras!
    tens toda a razão, o turra era o Salazar
    mandou fazer mil umas torturas
    em vez de com os representantes dialogar
    para o bem das gerações futuras.

    ResponderEliminar
  4. Digam o que disserem, até agora ainda não visitei uma única ex:província ultramarina em que a grande maioria do pessoal não sentisse a falta dos portugueses... Um Bom Natal para todos.

    ResponderEliminar

Sem o vosso comentário o blog não tem qualquer valor