quinta-feira, 6 de março de 2025

Sérgio Rego (16593)!


 Este filho da escola que esteve comigo, em Moçambique, na CF2, depois de frequentar o Curso de 1º Grau seguiu para a Guiné, incorporado na CF9, e ficou guineense a partir daí! Não posso garantir que seja assim mesmo, mas ouvi dizer que foi uma mulher que lá conheceu que o fez regressar uma vez após outra, tendo completado 4 comissões naquela antiga colónia portuguesa. Possivelmente, só o fim da guerra e a independência o fizeram voltar a Portugal.

Enquanto lá esteve, tirou a carta de condução e transformou-se em condutor, em vez de ir para o mato, como mandam as regras dos fuzileiros (marinheiros do mato). Iria jurar que abriu mesmo uma escola de condução, onde funcionava como instrutor nas horas vagas. De qualquer modo, foi essa a sua profissão, quando regressou da Guiné e ficou a viver no concelho do Seixal (ou Almada, não tenho a certeza).

Mas o seu problema (se lhe posso chamar assim) foram sempre as mulheres, uma reteve-o na Guiné, durante 6 ou 7 anos. Depois casou-se com uma antiga namorada que tinha deixado lá em Trás-os-Montes, quando veio para a Marinha. Depois arranjou namoro com outra que vivia no Canadá e era casada, com quem chegou a viver e lhe deu uma filha. Como essas duas (ou três) não fossem suficientes, arranjou outra com quem viveu mais tempo e partilhou um negócio de Pronto-a-Vestir.

Como gostava de viver rodeado de mulheres, arranjou uma meia dúzia de raparigas com habilidade para a costura que com ele e a sua nova conquista feminina faziam girar o negócio da roupa, ora comprando e vendendo, ora dedicando a arranjos e acertos de medidas em roupa comprada noutro lado. Clientes não lhe faltaram, tanto quanto me contaram.

No mês passado, faleceu num Lar onde tinha sido internado, uma vez que a saúde não lhe permitia viver sozinho que foi como acabou, depois de ter vivido e dormido com tantas mulheres. Soube que uma das suas filhas esteve com ele, nestes últimos tempos, parece-me que era a filha da tal canadiana que depois da aventura com este filho da minha escola, regressou para os braços do marido, no Canadá.

Com filhos de 3 mulheres e alguns bens que conseguiu reunir ao longo de uma vida de quase 84 anos, vai obrigá-los a andar pelos tribunais para resolver o problema das heranças. Uma casa que chegou comprar na sua terra natal, acho que ficou para a sua primeira mulher e namorada dos tempos da juventude, a qual continua a viver em Trás-os-Montes, Carrazeda de Anciães, se não estou enganado.

Na sua carreira militar, na Marinha de Guerra, atingiu o posto de sargento (suponho que 1º ou Ajudante) e assim foi reformado, mas era do negócio, Escola de Condução, Pronto a Vestir, etc., donde lhe vinham os maiores rendimentos, os quais lhe permitiam uma vida com certas larguezas. Não se pode dizer que não gozou a vida, o pior foi a saúde que lhe faltou nestes últimos 10 anos.

Estive com ele, pela última vez, num convívio realizado em Montemor-o-Novo, no ano de 2010, já lá vão quase 15 anos! Agora não o verei mais, a não ser quando chegar, ao sítio onde ele foi parar agora, se é que isso existe. Há quem não acredite noutra vida, depois desta, e eu, confesso, também tenho as minhas dúvidas.

Seja como for, ao fim de tantos trabalhos que Deus lhe garanta o descanso eterno e lhe perdoe os pecados que foram muitos!